Os meus dias são uma corrida constante, uma permanente agitação conduzida pela minha vida profissional, juntamente com a pessoal, e somando aqueles momentos que ninguém convida para estarem presentes mas, eles lá se vão intrometendo... Nem sei se já conseguiria viver sem corre-corre. Mas, este é demasiado...
Dou comigo a pensar que mandava tudo à fava (ai se pudesse!), e dedicava mais tempo aos meus filhos e a mim própria. Esqueci-me de mim, arrastei-os comigo, e no entanto, a dedicar-me tanto aos outros. Como é possível?
Porém, olho à minha volta, quando consigo estar em plenitude na minha sala, com os meus meninos, que riem das minhas caretas, que me pedem miminho, quando vamos à descoberta, e naqueles momentos inesquecíveis de partilha e cumplicidade...suspiro. Vale a pena? Quando posso ser educadora, sim, vale a pena!...
Depois, também penso nos pais que me deixam um laço de amizade. Uns foram, outros vão chegando...A maioria têm sido excelenttes companheiros nesta viagem de partilhar a educação dos filhos. Nunca terei um "obrigada" suficientemente forte para lhes agradecer o que fazem, as respostas que trazem aos meus desafios, a participação activa na vida escolar. Principalmente, a confiança que depositam em mim quando me entregam os seus tesouros.
Não há rosa sem espinhos, porque, também há aqueles pais que só se preocupam com a escola numa época: a da matrícula. Depois de entrar, olarila, nunca se vai a uma reunião de pais, não se participa em nada que envolva sair da sua zona de conforto. Para esses o verbo "exigir" comanda. Dou comigo a pensar em como consegui criar dois filhos sozinha, sem avós por perto, sem empregada?...Fiz o esforço que era necessário, talvez até demasiado. Disseram-me "dedicas-te demasiado!". Mas, há limite na dedicação aos outros?!
Isto sou eu a falar, que hoje estou para aqui virada!